Sobre aquela que fala - MÃE


Um dia começava a escrever sobre a minha mãe.  Mas não sei o que foi que me fez abandonar  o texto....
 Tudo sobre  mãe é assim.
A gente tem tanta certeza que deixamos... 
A minha mãe é um misto de grosseria e gentileza. Civilidade e barbárie.
 Com doação e egoísmo.
 Dedicação com reclamação.  Como um padecimento em pleno paraíso...  inferno misturado... 
 Se camufla em falatórios e silêncios, gestos no trem de pouso e asas de avião.
Idéias desconexas, borboletas ao chão. Neuras. toques , cansaço. poeira ao vento.
 Quando me perguntam se  me dou bem com minha mãe. Nunca sei dizer se sim ou se não.  Nela há mistério como no sotão do porão. Há um fundo, profundo, poço sem rumo. Devoção,  seriedade, proteção de  deusa e surra de bruxa, e poder  que passa de mãe pra filha.
 Há brigas e queixas, guerra e amor... sim, infinitos.
Nunca saberei como  lidar na medida certa. Porque não tem certo e errado. Tem energia densa,  sagacidade,  doação.


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